Li a biografia de William Henry Fox Talbot, um dos inventores da fotografia e principal proponente do processo negativo-positivo. Viveu entre 1800 e 1870 e alcançou muitas realizações. Além de ser rico proprietário de terras e membro do parlamento britânico, inventou a técnica do meio-tom e publicou o primeiro livro ilustrado com fotografias. Era também matemático.
O autor comentou, de passagem, o quanto algumas pessoas daquela época foram capa
zes de realizar, mesmo carecendo de tantas coisas consideradas essenciais à sociedade moderna. Por que as pessoas daquele tempo realizaram tanto? Talvez parte do motivo este
ja no fato de a sociedade atual ter reduzido nossa habilidade
de nos concentrarmos sobre uma única coisa por longo tempo.
Ao longo dos anos o período de tempo que mantém cativa nossa atenção tem diminuído. Pessoalmente, tenho notado nos últimos anos que fico inquieto depois de uns poucos minutos de concentração. Estou sempre checando meus e-mails, levantando-me para tomar café ou descobrindo algo que foi negligenciado e precisa ser feito. Ser capaz de trabalhar numa única tarefa por horas a fio tem se tornado bastante difícil.
Talbot não tinha e-mails para ler a cada poucos minutos ou telefone para interromper seus pensamentos. Ele não gastava as noites vendo televisão. Não tinha que atualizar suas páginas em redes de relacionamentos e blogs da Internet. Os tempos eram mais vagarosos e menos exigentes. Ele podia passar horas, até mesmo dias, resolvendo problemas complexos sem ser distraído.
Hoje, muitos consideram a capacidade de realizar múltiplas tarefas uma habilidade valiosa. Mas na prática significa não dar 100% de atenção a coisa alguma. Estamos tentando fazer muitas coisas, correndo em várias direções, incapazes de concentrar o foco por tempo suficiente em um único objetivo. Anos atrás decidi ser fotógrafo, músico e escritor.
O que isto quer dizer de fato é que determinei que não vou gastar o meu tempo sendo jardineiro, jogador de golfe ou carpinteiro. Limitando as atividades posso realizar mais em áreas específicas. Colossenses 3.23 diz :
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens”
Para mim, “de todo o coração” significa dar tudo o que tem e não se deixar distrair.
Aprendi que os japoneses têm uma palavra, “muda”, que geralmente quer dizer “improdutivo” ou simplesmente, “perda de tempo”. É claro que às vezes fica difícil determinar se estamos perdendo tempo. Passar uma tarde num campo de golfe é perda de tempo? E se for com um cliente importante? E se for um profissional desse esporte e as horas a mais de treino significam mais sucesso? A música pode ser perda de tempo para alguns. Mas já que Deus me deu paixão pela música, não praticá-la seria desobediência e provavelmente seria visto por Deus como desperdício de dom.
*Descobrir quem somos, como Deus nos fez e qual o nosso propósito na vida
é fundamental para determinar para onde devemos direcionar nossa energia
_ e aprender como fazer melhor uso do nosso tempo. Próxima semana tem mais!